Carlos María Ramírez sai em defesa de José Artigas da crítica à (re)constru o do herói oriental = Carlos María Ramírez d.docx
J. J. R. Fuao - Carlos Maria Ramirez sai em defesa de Jose Artigas 57Carlos Maria Ramirez sai em defesade Jose Artigas:da critica (re)constru9ao do heroi orientalCarlos Maria Ramirezdefends Jose Artigas:from criticism to the easternhero reconstructionJuarez J Rodrigues FuaoPi'ofessor da Fndaao Universidade de Rio Grande, EUR G, RS, BrasiL E-mail: jfuaohot mail comEstudos lbero-Americanos , PUCRS, v. 35, n. 2l p. 37-58, juL/dez. 2009Resumo: 0 ciigo analisa a obra Juicio Critico del Bosqucjo Historico de laRepUblica Oriental del Uruguay por el Dr D. Francisco A. Berra, escrita porCarlos Mana Ramirez, e o papel do intelectual na construQao idcalizada deJose Artigas Publicada no ano de 1882, periodo marcado pelo intcnso debateacerca do passado uruguaiQ tai obra palicipou do processo de reabilit<19ao dai mage m do lider independentist caracterizandcro co mo 0 grande libertadore 0 Precursor da Nacionalidade UruguaiaAbstract: The present article examines the book Juicio Critico del BosquejoHist6rico de la Republica Oriental del Uruguay por el Dr: D Francisco A.Bea written by Carlos Mali a Ramirez and the role of the author in the cons-triction of Jose Artigas idealized image. Published in 1882, a period represen-ted by the intense debate about the Uruguayan past, this work participated inthe image rehabilitation process of the independentist leader characterizinghim as a great Uruguayan Nationality Precursor and rescuerPalavras-chave: Ilistoriografia; Artigas; ldentidade NacionaLKey words: Historiography; Artigas; National Identity0 inicio da decada de 1880 acarretou em intenso debate aceca da propria nacionalidade uruguaia, representando um momentofundamental para o desenvoldmento e o amadurecimento historicrgrdfico do pais de acordo com a visao conceitual do periodo finaldo seculo XIX Nesse sentidc), jd na decada anterior; os escritcrespoliticos daquela gerafao setentista possuam duas grandes preocrpaoes: a criaao de uma sociedade que pudesse se identicar e seridentificada co mo nacional por intermedio de uma integrafao docorpo social q a outr¾ encontrar um camin ho rdpi do e sustentdvelpara o progresso e a modemizcifao da sociedade. pri meira preocu-paao estava diretamente ligada necessidade de propor naaouma hist6riapropriae seus simbolismos (ROCCA, 2000, p 244)A tomada de poder pelosmilitares, ainda na decada anterior;ps em evidencia a necessideide de se buscar novos caminhos que osaf'astassem dos tmdicionais conflitos internos Esse contextq pauta-do pela mudana, atingiu diretamente a forma de se conceber o pas-sado uruguai A relative pacificafao politica das ulti mas decadasdo seculo XIX, mesmo que sob um governo militarist, proporcio-nou um ambiente favordvel para se repensar a propria identidadcnacional, sua genese e seus respectivos herois Dessa forma, um pri-me iro imagindrio nacionalista se desenvolveu em consonancia comos pri meiros movi mentos modernizadores sob a egide capitalists eas necessidades de adaptafao aos aconteci mentos externos Esse con-texto teria dado rigem geraQao intelectual que buscou afirmar anacionalidade, em contraposi9ao anterior tentativa itegracionistaDesse novo grupo, surgiram nomes co mo Francisco Bauz, CarlosMaria Ramirez, Zonilla de San Martin, entre outros, que extraramdo passado historico as raizes da rientalidade e pro moveram umcaminho idcol6gico nacionalista, caracterizad, entre outras coisa2 No ano de 1875, o coronel Lorenzo Lato lidcru uma robcliao militar pondo fim ao governodo h'esidente Jos6 Eugenio Ellauri Obes do Partido Colorado 0 qal fora eleito no ano de1873. No periodo militarist o pais passou por algumas mudanfas pollticas e econo micasestturais Com o Codigo Rural de 1876, o campo sofreu uma tentativa de melhor oganizaaoe controls embasada em leis e policiament Politica e militarmentQ 0Estad0 Nacional sefortalecei reetindo em aes mais ncretas de modernizaao nas (areas da educaao primdri¾transportes e comunicaa C£ YAFFE, 2003, p 328-331.pelo fortalecimento de fronteiras econo micas e sociais com os pai-ses vizinhos (CAETANO , 1992, p 82-84)Funda mental ente, a partir dos pri meiros anos da decada de1880, o discurso dos itelectuais argentinos se constituiu em um dosalvos preferidos do setor urugucdo empenhcido na recupera9ao daimagem de Jose Artigas Ao mesmo tempo, no qual se partia para aconstru9ao de uma representaao heroica sobre o personage m, dava-se 0 processo que negava qualquer cardter cientifico, historico ou deracidadd' aos autores contrdrios ao movi ento de reabilitaQaaSeria o momento de direcionar maior fo as iterpreta90es nacicrnais em detri me nt o daquelas j conhecidas e consideradas injustas3 lcunhado de *3fe de los 0entalest e “Protector de los Pueblos Lib】W, Jose Gervasioligas (1764-1850) foi m dos principals per